segunda-feira, 10 de março de 2008

Estrangeiros querem conhecer Casa-Museu Ruy Belo

Teresa Belo conheceu o marido, em 1961, na faculdade de letras de Lisboa. Natural de Vila do Conde, distrito do Porto, não demorou muito a que caíssem de amores um pelo outro. Casam em 1966 e têm três filhos. Diogo, Duarte e Catarina.

Teresa Belo recorda o marido como um homem muito independente, com muita garra e com muita força. Perigosamente aventureiro e com uma vontade de descobrir os mistérios que o mar escondia. A professora aposentada conta que um dia na praia da Senhora da Guia, em Vila do Conde, o marido nadou e mergulhou tanto que perdeu a noção das horas que ficou dentro do mar que gelou. Foi um banheiro que o trouxe, já em coma, e levou para o hospital. “Felizmente recuperou bem do acidente e ainda brincou com a situação durante algum tempo”, conta, tentando explicar a maneira de ser do marido.

Teresa Belo tem noção de que a obra e o nome do seu marido têm sido bastante divulgadas, sobretudo a nível internacional. “As traduções são muitas, as edições sucedem-se umas às outras e estão sempre esgotadas. A obra de Ruy Belo vai ser toda reeditada pela editora Assírio & Alvim, o que é um grande orgulho”, afirma, acrescentando ainda que, por vezes, não é no local onde os autores nascem que o reconhecimento aparece em primeiro lugar.

A companheira de Ruy Belo não consegue eleger um poema preferido da vasta obra do marido. Destaca “Vat79”, “Margem da Alegria” e “Elogio a Maria Teresa”, dedicado à própria. Teresa Belo conta que quando conheceu o marido ele já escrevia. Escrevia em qualquer local e não lhe fazia a mínima confusão o barulho das crianças a brincarem. Muitas vezes escrevia pela noite dentro.

Em relação à casa museu Ruy Belo, que se encontra fechada, Teresa Belo espera que, com a nova autarquia, as coisas comecem a mexer uma vez que acredita que a casa-museu pode ser um pólo de atracção e desenvolvimento do próprio concelho.

“Tive conhecimento de que há imensos estrangeiros que querem saber onde é a casa Ruy Belo e ficam espantados por a casa estar fechada. Depois de a visitarem ficam extasiados por lhes abrirem as portas mas não verem nada lá dentro. Já lá vão muitos anos depois das promessas por parte do anterior executivo municipal para dar continuidade ao projecto.

Entretanto a câmara municipal de Rio Maior decidiu lançar o prémio nacional poeta Ruy Belo que foi apresentado no dia do aniversário do poeta na biblioteca municipal Laureano Santos. Segundo a vereadora da cultura, Ana Cristina Figueiredo, o objectivo deste prémio é promover a escrita poética e projectar o nome e obra de Ruy Belo.


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